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Lucas 15: O que a sequência de parábolas de Jesus querem nos comunicar?


1 Cobradores de impostos e outros pecadores vinham ouvir Jesus ensinar. 2 Os fariseus e mestres da lei o criticavam, dizendo: “Ele se reúne com pecadores e até come com eles!”.

O capitulo inicia com Jesus em meio aos cobradores de impostos, aqueles que eram trabalhadores no império romano, conhecidos como corruptos. Lucas enfatiza, também, que junto estavam outros tipos de pecadores.

Nessa ocasião, alguns mestres da lei e fariseus criticavam Jesus por estar no meio deles, isso era assombroso de se pensar. Jesus, que se diz o filho de Deus, comendo com esse tipo de pessoa? Ele deveria estar com pessoas puras, que são justificadas pelas obras (como os fariseus acreditavam). Em resposta a isso, Jesus lhes conta três parábolas:

A primeira é a respeito de uma ovelha perdida 4 “Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se perder, o que acham que ele fará? Não deixará as outras noventa e nove no pasto e buscará a perdida até encontrá-la? 5 E, quando a encontrar, ele a carregará alegremente nos ombros e a levará para casa. 6 Quando chegar, reunirá os amigos e vizinhos e dirá: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei minha ovelha perdida!’. 7 Da mesma forma, há mais alegria no céu por causa do pecador perdido que se arrepende do que por noventa e nove justos que não precisam se arrepender.”

Aqui, temos um pastor com um rebanho mediano que perde uma de suas ovelhas. Ele deixa todas, que estão a salva, para ir procurar a que se perdeu. Encontrando, se alegra, trás de volta e comemora com seus amigos e vizinhos.

A segunda é a respeito de uma moeda perdida

8 “Ou suponhamos que uma mulher tenha dez moedas de prata e perca uma. Acaso não acenderá uma lâmpada, varrerá a casa inteira e procurará com cuidado até encontrá-la? 9 E, quando a encontrar, reunirá as amigas e vizinhas e dirá: ‘Alegrem-se comigo, pois encontrei a minha moeda perdida!’. 10 Da mesma forma, há alegria na presença dos anjos de Deus quando um único pecador se arrepende”.

Como da primeira, temos algo que se perde, a saber uma moeda de prata ou uma dracma, e uma pessoa procurando. Quando ela encontra, se reúne com as amigas e vizinhas para comemorar.

A terceira é a respeito de dois filhos

11 Jesus continuou: “Um homem tinha dois filhos. 12 O filho mais jovem disse ao pai: ‘Quero a minha parte da herança’, e o pai dividiu seus bens entre os filhos.

13 “Alguns dias depois, o filho mais jovem arrumou suas coisas e se mudou para uma terra distante, onde desperdiçou tudo que tinha por viver de forma desregrada. 14 Quando seu dinheiro acabou, uma grande fome se espalhou pela terra, e ele começou a passar necessidade. 15 Convenceu um fazendeiro da região a empregá-lo, e esse homem o mandou a seus campos para cuidar dos porcos. 16 Embora quisesse saciar a fome com as vagens dadas aos porcos, ninguém lhe dava coisa alguma.

17 “Quando finalmente caiu em si, disse: ‘Até os empregados de meu pai têm comida de sobra, e eu estou aqui, morrendo de fome. 18 Vou retornar à casa de meu pai e dizer: Pai, pequei contra o céu e contra o senhor, 19 e não sou mais digno de ser chamado seu filho. Por favor, trate-me como seu empregado’.

20 “Então voltou para a casa de seu pai. Quando ele ainda estava longe, seu pai o viu. Cheio de compaixão, correu para o filho, o abraçou e o beijou. 21 O filho disse: ‘Pai, pequei contra o céu e contra o senhor, e não sou mais digno de ser chamado seu filho’.

22 “O pai, no entanto, disse aos servos: ‘Depressa! Tragam a melhor roupa da casa e vistam nele. Coloquem-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. 23 Matem o novilho gordo. Faremos um banquete e celebraremos, 24 pois este meu filho estava morto e voltou à vida. Estava perdido e foi achado!’. E começaram a festejar.

25 “Enquanto isso, o filho mais velho trabalhava no campo. Na volta para casa, ouviu música e dança, 26 e perguntou a um dos servos o que estava acontecendo. 27 O servo respondeu: ‘Seu irmão voltou, e seu pai matou o novilho gordo, pois ele voltou são e salvo!’.

28 “O irmão mais velho se irou e não quis entrar. O pai saiu e insistiu com o filho, 29 mas ele respondeu: ‘Todos esses anos, tenho trabalhado como um escravo para o senhor e nunca me recusei a obedecer às suas ordens. E o senhor nunca me deu nem mesmo um cabrito para eu festejar com meus amigos. 30 Mas, quando esse seu filho volta, depois de desperdiçar o seu dinheiro com prostitutas, o senhor comemora matando o novilho!’.

31 “O pai lhe respondeu: ‘Meu filho, você está sempre comigo, e tudo que eu tenho é seu. 32 Mas tínhamos de comemorar este dia feliz, pois seu irmão estava morto e voltou à vida. Estava perdido e foi achado!’”.

Já essa parábola, temos uma ideia um pouco parecida, mas com desdobramentos diferentes.

Primeira coisa é que conhecemos essa parábola como A parábola do filho pródigo, entretanto, uma coisa importante a se considerar é que em nenhum momento Jesus intitulou a parábola assim. Os títulos que vemos na bíblia não fazem parte do texto original, os manuscritos, nesse caso, em grego. São acréscimos feitos pelas editoras para nos ajudar, de forma resumida, a localizar de mais facilmente os textos, assim como os números de capítulos e versículos.

O problema desse título é que nos dá a entender, assim como as parábolas anteriores nessa perícope, que estamos falando de apenas uma coisa perdida, o filho que saiu de casa, levando consigo sua parte na herança do pai, mas se assim fosse, Jesus falaria apenas de um filho, mas não é o que ele faz, ele mostra dois filhos perdidos.

Isso pode ser confuso a primeiro momento e compreensível, pois é muito claro que temos nas mãos a história de um personagem que visivelmente caiu em pecado.

  1. Ele se rebelou contra seu pai lhe pedindo sua parte na herança, representando aqui a morte de seu pai.

  2. Desperdiçou tudo o que tinha de forma desregrada, não honrando a provisão recebida (daí vem o adjetivo pródigo - aquele gasta todo seu bem)


Depois disso, sem dinheiro, com uma grande fome na terra e a passar necessidade, encontra um emprego, na época um dos mais deploráveis, trabalhando com porcos (considerados animais impuros na época) cai em si em arrependimento. Volta para seu pai, ele o acolhe, entrega a melhor roupa (na cultura isso representa a roupa do patriarca), coloca um anel em seu dedo, lhe devolvendo autoridade e faz uma festa.

Pensando a quem Jesus falava no começo do capítulo (os fariseus e mestres da lei), o filho mais novo são os cobradores de impostos e os outros pecadores que lhe cercava, fácil de identificar seus pecados, eles são visíveis. Entretanto a parábola não termina aí, havia algo mais que o Senhor queria comunicar.

Nos próximos versículos (25 ao 32), Jesus apresenta o filho mais velho, aquele que não se apartou do pai, que lhe era sempre obediente por toda sua vida, sempre trabalhou em seus negócios. Qual o problema dele? Aparentemente é alguém tão bom, obediente, servo, como esse filho pode ser um filho também perdido?

Existem coisas em nossos corações, escondidas, passando por boa aparência, boas obras, obediência, mas que, na realidade, não passa de uma casca para nossos pecados.

Olha o que Jesus diz sobre esse mesmo grupo de pessoas em Mateus 23:

23 Então Jesus disse às multidões e a seus discípulos: 2 “Os mestres da lei e os fariseus ocuparam o lugar de intérpretes oficiais da lei de Moisés. 3 Portanto, pratiquem tudo que eles dizem e obedeçam-lhes, mas não sigam seu exemplo, pois eles não fazem o que ensinam. 4 Oprimem as pessoas com exigências insuportáveis e não movem um dedo sequer para aliviar seus fardos.

5 “Tudo que fazem é para se exibir. Usam nos braços filactérios mais largos que de costume e vestem mantos com franjas mais longas. 6 Gostam de sentar-se à cabeceira da mesa nos banquetes e de ocupar os lugares de honra nas sinagogas. 7 Gostam de receber saudações respeitosas enquanto andam pelas praças e de ser chamados de ‘Rabi’.

8 “Não deixem que pessoa alguma os chame de ‘Rabi’, pois vocês têm somente um mestre, e todos vocês são irmãos. 9 Não se dirijam a pessoa alguma aqui na terra como ‘Pai’, pois somente Deus no céu é seu Pai. 10 Não deixem que pessoa alguma os chame de ‘Mestre’, pois vocês têm somente um mestre, o Cristo. 11 O mais importante entre vocês deve ser servo dos outros, 12 pois os que se exaltam serão humilhados, e os que se humilham serão exaltados.

13 “Que aflição os espera, mestres da lei e fariseus! Hipócritas! Fecham a porta do reino dos céus na cara das pessoas. Vocês mesmos não entram e não permitem que os outros entrem.

14 “Que aflição os espera, mestres da lei e fariseus! Hipócritas! Tomam posse dos bens das viúvas de maneira desonesta e, depois, para dar a impressão de piedade, fazem longas orações em público. Por causa disso, serão duramente castigados.

15 “Que aflição os espera, mestres da lei e fariseus! Hipócritas! Atravessam terra e mar para converter alguém e depois o tornam um filho do inferno, duas vezes pior que vocês.

16 “Que aflição os espera, guias cegos! Vocês dizem não haver importância se alguém jura ‘pelo templo de Deus’, mas se jurar ‘pelo ouro do templo’ será obrigado a cumprir o juramento. 17 Tolos cegos! O que é mais importante: o ouro ou o templo, que torna o ouro sagrado? 18 Dizem também não haver importância se alguém jura ‘pelo altar’, mas se jurar ‘pelas ofertas sobre o altar’ será obrigado a cumprir o juramento. 19 Cegos! O que é mais importante: a oferta sobre o altar ou o altar, que torna a oferta sagrada? 20 Quando juram ‘pelo altar’, juram por ele e por tudo que está sobre ele. 21 Quando juram ‘pelo templo’, juram por ele e por Deus, que nele habita. 22 Quando juram ‘pelo céu’, juram pelo trono de Deus e por Deus, que se senta no trono.

23 “Que aflição os espera, mestres da lei e fariseus! Hipócritas! Têm o cuidado de dar o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas negligenciam os aspectos mais importantes da lei: justiça, misericórdia e fé. Sim, vocês deviam fazer essas coisas, mas sem descuidar das mais importantes. 24 Guias cegos! Coam a água para não engolir um mosquito, mas engolem um camelo!

25 “Que aflição os espera, mestres da lei e fariseus! Hipócritas! Têm o cuidado de limpar a parte exterior do copo e do prato, enquanto o interior está imundo, cheio de ganância e falta de domínio próprio. 26 Fariseus cegos! Lavem primeiro o interior do copo e do prato, e o exterior também ficará limpo.

27 “Que aflição os espera, mestres da lei e fariseus! Hipócritas! São como túmulos pintados de branco: bonitos por fora, mas cheios de ossos e de toda espécie de impureza por dentro. 28 Por fora parecem justos, mas por dentro seu coração está cheio de hipocrisia e maldade.

O que nos aparenta não é necessariamente a realidade do nosso coração. É difícil, de longe, ver qual o pecado do filho mais velho. Seu coração cheio de ciúmes, justiça própria e estar mais interessado nas coisas do pai do que na alegria dele, ou seja, de querer o pai, o torna perdido.

A parábola não termina com a resposta do filho mais velho, mas hoje podemos responder, em arrependimento a respeito do nosso próprio coração.

Salmo 139 é a oração que desejo fazer:

23 Examina-me, ó Deus, e conhece meu coração; prova-me e vê meus pensamentos. 24 Mostra-me se há em mim algo que te ofende e conduze-me pelo caminho eterno.

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